30 setembro 2007

"LEASING" AUTOMÓVEL CRESCE ENTRE PARTICULARES

Recorrer ao leasing para financiar a compra de um automóvel novo é uma prática em crescimento em Portugal, especialmente entre os particulares. Apesar de a locação financeira ser uma forma de financiamento preferencialmente destinada às empresas, o facto é que o leasing é um produto cada vez mais atractivo para os particulares. De acordo com os dados da Associação Portuguesa de Leasing e Factoring (ALF), no primeiro semestre de 2007 foram adquiridas 29 mil viaturas em leasing, das quais 20 mil foram requisitadas por empresas e cerca de 8800 contratadas por particulares."O leasing tem vindo a apresentar bons níveis de crescimento e já é um produto muito procurado por particulares", afirmou ao DN o presidente da ALF, Beja Amaro.Com efeito, no primeiro semestre deste ano, a produção da locação financeira atingiu os 12,8 mil milhões de euros, tendo crescido 12% no sector mobiliário, em termos homólogos, e 36% no imobiliário.Com vantagens do ponto de vista do risco (o bem adquirido pertence à empresa, enquanto o cliente não pagar todas as rendas), o leasing consegue ainda dar uma resposta rápida a um pedido de financiamento. Além disso, como explica Beja Amaro, esta actividade em Portugal já atingiu um elevado nível de especialização, sendo um dos dez países europeus onde a actividade tem maior peso na economia. "As empresas de leasing em Portugal são muito boas, especializaram-se muito e crescem mais do que no resto da Europa", revela o presidente da ALF.Na área do leasing imobiliário, o crescimento têm sido mais acentuados. "Neste momento, as empresas de locação financeira estão a alcançar os fundos imobiliários, ou seja, já estamos entre os principais proprietários de imobiliário no País", referiu aquele responsável.A vantagem do recurso ao leasing imobiliário para financiar a compra de escritórios, lojas e armazéns está nos prazos mais alargados praticados, que podem chegar aos 20 anos.A ALF agrega igualmente as empresas de factoring, uma forma de crédito especializado que antecipa o pagamento da facturação de uma empresa sobre os seus devedores. No primeiro semestre deste ano, esta actividade registou um crescimento de 6,3% na sua produção, face ao período homólogo de 2006. Como explica Beja Amaro, o factoring cresce mais em alturas de crise económica, com as empresas a optarem por entregar a uma factor a recuperação da facturação atrasada, em especial quando o devedor é o Estado. Curiosamente, " o Estado já não está tão mau pagador como nos últimos anos", refere. Daí o aumento mais moderado.Este responsável adianta ainda que "as autarquias estão a investir menos e a pagar melhor". No que respeita aos créditos tomados pelo factoring, no total de 9,6 mil milhões de euros, 3,6 milhões têm origem no sector público e entidades privadas, com as autarquias a corresponderem a 34% do total do primeiro sector.
in DN

11 setembro 2007

GUTERRES DEFENDE A HARMONIZAÇÃO DAS POLÍTICAS DE IMIGRAÇÃO NA UE

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, defendeu ontem, em Lisboa, a harmonização das políticas de imigração nos países da União Europeia, sublinhando a necessidade de existir um número significativo de oportunidades de legalização. "A harmonização de políticas é essencial para gerir os fluxos", afirmou António Guterres, em declarações à margem da conferência dos presidentes das comissões parlamentares de Justiça e Assuntos Internos dos parlamentos da União Europeia, que decorreu na Assembleia da República. Recordando que existem cada vez "mais e mais fluxos de imigrantes refugiados", o ex-primeiro-ministro português defendeu igualmente a existência de um "número significativo de oportunidades legais de imigração". "Os mercados funcionam: legalmente quando é possível, ilegalmente quando é necessário", sublinhou António Guterres. Por isso, acrescentou o ex-líder do PS, "se não houver um número significativo de oportunidades legais criam-se condições para fazer com que os traficantes possam fazer fortuna à custa da desgraça alheia". Já o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, rejeitou a definição de uma política comum de regularização generalizada de imigrante ilegais na UE , considerando que iria pôr em causa a viabilidade de uma "política sustentada de imigração legal". Rui Pereira assumiu que "a presidência portuguesa da UE não favorece uma política comum de regularização generalizada, indiscriminada e incondicional". Caso os estados membros da União Europeia avançassem para a definição de uma política de regularização comum, acrescentou o ministro, isso iria pôr em causa "a viabilidade de uma política sustentada de imigração legal". Segundo o governante português, "a curto prazo não há condições para a definição de uma política de regularização comum, mas estamos em condições de aprovar princípios que sirvam de orientação a uma política de imigração europeia". Rui Pereira assegurou, igualmente, que Portugal está "fortemente empenhado em fazer avançar a construção de uma política comum da União Europeia em matéria de migração económica", apesar de reconhecer que "não há soluções absolutas e definitivas para o fenómeno da imigração".

in DN/LUSA