01 julho 2007

PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DA UNIÃO ARRANCA HOJE

A presidência portuguesa da União Europeia arranca hoje, para um semestre que não deixará de ficar profundamente ligado ao tratado de reforma da UE. Será a face mais visível e mediática do mandato nacional à frente dos 27 - e um ponto incontornável no balanço dos próximos seis meses. A prioridade absoluta para José Sócrates? Não. Essa, garante o gabinete do primeiro-ministro, continuará no plano interno.E pela mão do líder do Executivo. Apesar da carregada agenda impos- ta pela condução das questões comunitárias, não está prevista qual- quer delegação de competências particular ao nível do Governo - "fica tudo na mesma". "A presidência é um elemento importante de afirmação, mas a frente interna é prioridade absoluta", sustenta a mesma fonte.Uma preocupação que acompanhou a própria preparação do mandato português à frente da UE. Um cuidado a que não será alheia a última presidência, então com António Guterres à frente do Executivo - que acabou por penalizar internamente o Governo, com a então primeiro-ministro a ser acusado de descurar a situação interna do País. Um cenário bem conhecido do actual elenco governativo: cinco dos actuais ministros integravam a equipa de Guterres, número a que se junta o próprio Sócrates.No que à agenda europeia diz respeito, e além do tratado europeu, a presidência portuguesa tem um dos momentos altos já a 4 de Julho, com a cimeira UE/Brasil, que colocará as relações entre a União e o gigante sul-americano ao nível da relação privilegiada que os 27 já mantém com a China, os EUA, a Índia e a Rússia. O trio de prioridades em termos de agenda externa europeia fecha-se em Dezembro, com a mais melindrosa cimeira entre a União Europeia e África. Pelo meio, a aposta passa também pelo reforço do diálogo euro-mediterrãnico - entenda-se uma tentativa para um maior empenho da Europa no processo de paz no Médio Oriente.Questões que começam amanhã a ser abordadas, com José Sócrates a reunir-se com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, enquanto os ministros portugueses (que passam a presidir aos conselhos sectoriais da UE) definem com os comissários europeus das respectivas áreas as iniciativas legislativas para os próximos seis meses. Será o primeiro dia de trabalho efectivo da presidência portuguesa, que hoje assinala simbolicamente a data.
in DN